sábado, janeiro 09, 2010

CICLO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO - A ESCOLA CICLADA E O POVO

CICLO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO - A ESCOLA CICLADA E O POVO

“SÚPLICA DE UMA AVÓ”

(Pq. Tremendão)

Embora este texto tenha sido escrito em 2004, infelizmente, é bastante atual. A situação não mudou de fato, como afirmam alguns.

Sabemos que a Educação sempre foi, e será, um desejo de todos porque é através dela que poderemos crescer como pessoas e vislumbrar uma vida melhor, possibilitando, assim, que possamos contribuir para a transformação da nossa sociedade.

A sociedade que temos hoje, apesar de toda tecnologia é conturbada, onde os cidadãos (serão mesmo?) trabalham muito e têm pouco retorno como fruto de seu esforço.

Temos consciência que a Educação não resolve todos os problemas do povo, mas sem dúvida, não alcançaremos os nossos sonhos se não a tivermos.

Anos atrás, independentemente do método que se usava, as crianças eram alfabetizadas, em sua maioria. Não queremos entrar em detalhes históricos, mas elas aprendiam, pelo menos, o mínimo necessário - Ler e Escrever.

Vemos hoje, com imenso pesar e preocupação, os nossos filhos freqüentarem a escola sem que isso lhes garanta, sequer, a alfabetização. Falamos, aqui, da alfabetização, também, como letramento e não uma forma de repetir sílabas e não saber o que se está lendo ou assinar os próprios nomes apenas.

Buscamos uma Educação real, onde nossos filhos aprendam além do que é esperado, a também PENSAR, ABSTRAIR, ter AUTONOMIA na execução das tarefas para aplicararem na vida. A Educação não pode ser separada da vida, porque ela é VIVA.

Lemos um documento distribuído pela Secretaria Municipal de Educação às escolas, texto que seria para um Seminário sobre Ciclos, onde falava contra a “estrutura excludente, autoritária e fragmentada” da escola (e sociedade) e mostrava, oferecia uma “proposta educacional inclusiva, democrática e emancipatória”. Perguntamos: Quando será a aplicação dessa proposta? Estamos ávidos por ver nossos filhos aprenderem como garante ‘o papel’. E a nós não interessa saber que algumas poucas escolas conseguem fazer um “bom trabalho”. Queremos e exigimos que seja assim com todas as escolas municipais, para todas as crianças e adolescentes.

Queremos saber onde está a FORMAÇÃO que os livros e documentos tanto falam? Que DESENVOLVIMENTO essas crianças e adolescentes estão tendo? Pior, o que há de HUMANO nesse processo?

Hoje ouvimos ser veiculado nas televisões e jornais e palestras sobre uma “qualidade na educação” que questionamos. Faz-se uma propaganda tentando desviar a atenção do povo dizendo que “construíram mais escolas, reformaram creches, que todas as crianças estão na escola, que aumentaram a merenda escolar...” Como aumentaram as escolas se, apesar da Lei limitar a quantidade de alunos por sala em 25 na Educação Infantil e 35 nas outras séries, temos, por vezes, muito mais?

Se toda criança está na escola, queremos também, e sobretudo, QUALIDADE e não quantidade para fazer vistas à sociedade que muitas vezes não conhece a verdadeira realidade. Ter a merenda (com qualidade) nas escolas é algo precioso e obrigatório, mas não é e nem pode ser tudo. É extremamente urgente melhorar a qualidade da educação, principalmente no Ensino Fundamental. Tal está proposto como um dos eixos no documento em questão.

Na p. 5 deste documento está registrado algo para a “Formação Humana” onde salienta-se a “gestão democrática, a inclusão social, a emancipação humana (onde?, quando?) e o desenvolvimento integral”; na p. 6 lemos algo acerca das dimensões do alardeado desenvolvimento em que afirma que deve ser: ‘física, psíquica, cognitiva, afetiva e estética’. Tudo isso é muito lindo!! Entretanto, gostaríamos que a realidade fosse igualmente linda. NÃO É. Constatamos que nossos filhos, nas escolas municipais, não são alfabetizados ou letrados, não conseguem abstrair, exteriorizar organizadamente, seu pensamento, não adquirem a autonomia para emitir sua opinião, interpretar o que lê; expressam-se através da violência. É claro que existem as exceções, mas são raríssimas. As exceções deveriam ser o real; na p. 20 lemos sobre “... a formação de um sujeito mais humano, ético, político e socialmente transformador”. Como podemos esperar que as crianças de hoje, nas escolas públicas municipais, possam ter, no mínimo, conhecimento do que é ser cidadão se não sabem, sequer, ler ou pensar??

A não-reprovação não tem sido eficaz na sua intenção e aplicação porque os alunos são transferidos de série, tendo por base a idade que têm, mesmo não tendo apreendido a série anterior. O Ciclo coloca a criança ou adolescente na série equivalente à sua idade, mesmo que não saibam ler nada, sem serem alfabetizadas. Isso não as ajuda em momento algum. Pelo contrário, macula seu crescimento, seu desenvolvimento cognitivo, físico, mas principalmente, PSÍQUICO E AFETIVO. Como será que se sentem todos aqueles que se vêem em meio a uma turma na qual não conseguem corresponder minimamente? Alguém já parou para pensar nisso? Qual o político que procurou conhecer o que sentem ao alunos ? E os pais, que são seus eleitores? Quem se importa, realmente, com a realidade alfabetizadora caótica que encontramos nas escolas municipais?

Entretanto, a pergunta mais importante que fazemos é: Quem terá a honradez de, tentar, solucionar esse problema que daqui a dez anos terá jogado para fora das escolas jovens analfabetos funcionais ou, até, de fato? Essa situação tomará proporções arrazadoras e profundamente excludente. Por quê esse sistema só está implantado em nossa prefeitura? E por quê as escolas particulares não adotam ‘tão maravilhoso sistema de ensino’? A quem interessa a permanência dessas crianças e adolescentes na ignorância? Pensemos no papel que essa ignorância tem na e para a sociedade, sobretudo, para os politiqueiros de plantão.

A Lei de Diretrizes e Bases, em seu capítulo IX, Art. 48, Incisos I, II e III fala sobre o Ensino Fundamental onde está assegurado o direito do povo (no caso nossas crianças e adolescentes) à Educação.

Não pedimos favor algum no tocante à execução dessa proposta educacional, mas exigimos os nossos direitos respeitados, porque somos POVO, pagamos todos os nossos impostos, a duras penas, a despeito da qualidade dos serviços prestados pelo município.

Recentemente, tive a infelicidade de me deparar com uma criança de 7 anos, que nunca fora alfabetizada, matriculada já na 2ª série e que depois de um ano continua sem saber ler e escrever. Sabem o pior? Foi promovida para a 3ª série, em uma escola estadual. E eu que pensava que tal absurdo só acontecia no município!! É para os filhos dos trabalhadores assalariados, onde quer que eles se encontrem afinal, se assim não fizerem o dinheiro do Banco Mundial não vem.

Em época de campanha eleitoral ouvimos de alguns críticas a esse respeito. Queremos ver acontecer a mudança, realmente. Queremos acreditar em nossos políticos como nossos representantes, como homens e mulheres que trabalham para o bem estar do POVO.

Iiiiihhhh, estamos em mais um ano eleitoreiro...!! Lá vem os discursos!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Pesquisem e leiam sobre o Livro: "OS PORÕES DA PRIVATARIA" do Repórter Amaury Ribeiro Jr.
Muito do que foi escondido e proibido divulgar no Governo FHC/PSDB, agora é REVELADO...
Vejam alguns detalhes no Google antes mesmo de adquirirem o livro.