sábado, agosto 11, 2007

CENTENÁRIO DE ANÁPOLIS

Será que precisarei criar um blog "ACORDA ANÁPOLIS"? Vejam o que publicaram no jornal O ESTADO DE GOIÁS. É igual lá em Catalão! Eh, Goiás!

Agência que elaborou gibi tem o CNPJ de construtora

O CNPJ divulgado na publicação é assinado por AM Comunicações Integradas, mas na Receita Federal consta como AM Construtora Ltda
Os cinco vereadores que fazem oposição à administração municipal assinaram requerimento essa semana solicitando para o dia 21 de agosto a realização de uma sessão especial com os gestores do Comitê do Centenário, órgão da prefeitura ligado à Diretoria de Turismo criado com o objetivo de organizar a festa dos 100 anos de Anápolis. A meta do encontro é solicitar da diretora do comitê, Ivana Pazin, uma prestação de contas de tudo aquilo que foi arrecadado junto às empresas, instituições financeiras e entidades e, o mais importante, de que forma esse dinheiro foi gasto.
Um dos pontos que devem ser levantados na sessão especial diz respeito a uma revista que conta a história de Anápolis em forma de quadrinhos. Com a logo usada pelo Comitê do Centenário em todos os seus eventos na capa, a publicação informa, em sua penúltima página, que se trata de uma realização da prefeitura de Anápolis e é uma publicação da AM Comunicações Integradas.
Ainda na penúltima página da revista em quadrinhos consta o CNPJ da AM Comunicações Integradas (06.324.011/0001-03). Uma consulta ao Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica da Receita Federal feita via internet mostra que neste mesmo CNPJ está inscrita a empresa AM Construtora Ltda. A Receita Federal informa ainda que essa empresa tem como atividade econômica principal a construção de edifícios e, como atividade econômica secundária a construção de instalações esportivas e recreativas.
Outro ponto interessante diz respeito ao endereço da AM Construtora, empresa que tem o mesmo CNPJ da AM Comunicações, que por sua foi a responsável pela publicação da revista em quadrinhos. A Receita Federal informa que a AM Construtora tem sede na Rua Leopoldo de Bulhões, número 666, Bairro Maracanã. A reportagem do Jornal do Estado esteve no local e encontrou as portas fechadas. Na fachada, um letreiro de uma empresa de fotografia, filmagem e convites de casamento denominada Foto Art.
A revista em quadrinhos ‘Anápolis – 100 Anos de História’ possui dois anúncios da prefeitura: um na página 2 e o outro na contracapa. Além da AM Comunicações Integradas e do Comitê do Centenário, não aparece mais nenhuma logomarca de entidade ou empresa na publicação.
O Jornal do Estado também teve acesso a uma proposta de solicitação de patrocínio no valor de R$ 15 mil remetido a uma empresa da cidade. O documento diz que "em razão do Centenário de Anápolis foi criada a idéia da produção de uma revista em quadrinhos, relatando a história de Anápolis, do seu nascimento até o dia de hoje. Este material será divulgado amplamente na cidade com total de 150.000 exemplares, distribuídos nas escolas municipais, estaduais e particulares, além da farta distribuição no dia 31 de julho deste ano".
O pedido de patrocínio está em nome de uma empresa denominada apenas DPA Comunicação, com endereço na Avenida Santos Dumont, número 239, Bairro Jundiaí. Ao procurar o local da sede da empresa que estava pedindo aos empresários da cidade uma contribuição para confecção de uma revista em quadrinhos, a reportagem do Jornal do Estado constatou que não há número 239 na Santos Dumont e sim somente um terreno baldio.
A revista em quadrinhos produzida por uma empresa que informa um nome fantasia (AM Comunicações Integradas) e divulga o CNPJ de outra (AM Construtora Ltda), que por sua vez não funciona no endereço cadastrado na Receita Federal é apenas um dos itens que a diretora de Turismo terá que esclarecer no encontro com os vereadores.
Outros dois itens que vão entrar na pauta da sessão especial do dia 21 é a prestação de contas dos R$ 500 mil recebidos do Banco do Brasil e a despesa de R$ 115 mil para construção do monumento do centenário – a obra foi inaugurada sem estar completamente pronta. A importância de saber os gastos com a festa dos 100 anos passa pela credibilidade da própria prefeitura e também pelo respeito àqueles que doaram recursos para o evento.
Normalmente é feito à base de patrocínio, diz Ivana Pazin
Na sexta-feira, dia 10, o Jornal do Estado conversou com a diretora de Turismo da prefeitura, Ivana Pazin (foto), sobre a revista em quadrinhos que conta a história de Anápolis. Ela disse que conhecia a publicação, mas não tinha detalhes de como ela foi feita e quem pagou os custos. Veja a seguir:
A revista em quadrinhos faz parte dos eventos do Comitê do Centenário?
Não entrou na programa do comitê executivo. Foi uma idéia que surgiu depois e a gente achou maravilhosa.
Mas quem fez?
Não foi confeccionado por nós. Foi confeccionado pelo Banco do Brasil... Eu não sei... Eu tenho o gibi, passou por minha vistoria, achei uma gracinha, mas não fui eu que mandei fazer.
Porque uma empresa assina pela revista e eu gostaria de saber se ela doou alguma coisa para o comitê.
Algumas podem até ter participado. Eu peguei hoje, distribui, mas não olhei atrás. Qual a empresa que está no verso?
AM Comunicações Integradas. Ela foi contratada pelo comitê?
Não. Eu não fiz diretamente o contato.
O que eu preciso saber é se foi a prefeitura que fez a revista?
Não foi a prefeitura. Normalmente é feito à base de patrocínio, mas tem várias vertentes. Como a própria comenda [Zeca Batista]. Por exemplo: a [montadora] Caoa patrocinou a festa, mas não patrocinou o centenário inteiro. A pessoa pode patrocinar o centenário, mas não através do comitê executivo. Tem várias pessoas fazendo captação. A própria Avenida Xavier de Almeida [revitalizada recentemente] teve patrocinador, foi no ano do centenário, mas não fui eu que captei. Então a revista em quadrinhos não fui eu que captei.
Qual será sua resposta no dia 21, quando perguntarem sobre a revista em quadrinhos?
Posso até ter [informações]. O dinheiro do Banco do Brasil [R$ 500 mil] eu sei mais ou menos a planilha porque eu que fiz. Mas eu já falei na rádio e em outros lugares que o ideal é eu fazer uma reunião e ver se a verba vai sair dessa forma ou vou ter que pagar algumas despesas com outros patrocinadores. A minha planilha está pronta.
Existe a possibilidade de a revista ter sido feita por uma empresa particular?
Às vezes foi feito pela [Secretaria] Educação, às vezes pagou a gráfica. Eu não sei exatamente, eu tenho que levantar direitinho o valor. Agora eu não tenho nada aqui comigo, nenhum dado. O que eu sei é que pode existir a possibilidade de ter pago gráfica, algo assim. Eu vi o gibi, passou pelas minhas mãos, achei muito bacana. A princípio a gente já tinha feito a cartilha Passatempo que atingia crianças até o terceiro ano e esse gibi é para crianças acima, e tem um valor pedagógico bom. Mas eu não posso precisar se foi só o gráfica ou se teve empresa particular.

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