segunda-feira, junho 04, 2007

Quem será que engana quem?

Marcos Fayad é o SEVERINO goiano. Dá o que pensar quando se junta ao intelectualóide CWL, leia-se Revista BULA para meter o pau em Linda Monteiro.
Basta olha a vida pregressa do cidadão: começou a carreira com as benesses do Estado na época do Santillo e de Kleber Adorno. Depois passou temporadas vivendo dessas benesses, aqui e no exterior. E a última dele foi preparada e armada junto com Kleber Adorno na inauguração do GRANDE Centro Cultural Goiânia Ouro, ou melhor, como fazer a família Roriz feliz. O cara entrou com um projeto na Lei de Incentivo usando "laranja", por que ele mesmo não poderia entrar, por inadimplência para com a prefeitura. E foi reprovado, é claro. E sabem o que aconteceu??A assessora de imprensa do chefão da SECULT emitiu um parecer aprovando. E como contava com as benesses do poder municipal, os ensaios e todos os favorecimento aconteceram dentro da sede da SECULT.
O bando de covardes vendidos e necessitados da cultura ficam caladinhos, pois desconhecem que são cidadãos, preferem viver de esmolas, de benesses obtidas na calada da noite. Esse é o cara que não engana ninguém. Ou melhor, um laranja de CWL e Kleber Adorno, ou será a encarnação de Machado de Assis? Deus nos livre dessa!

Aparências não enganam mais
por Marcos Fayad
Num de seus muitos livros geniais Machado de Assis criou e cunhou um personagem chamado Pacheco que serve de modelo até hoje pra certos tipos de pessoas. Era um homem muito limitado intelectualmente, tolo, mas que com seu silêncio e com uma aparência envolta em grande aura de sabedoria conseguiu enganar todos os homens e mulheres da corte. Intrigava a todos com seu ar de que a qualquer momento poderia dizer algo definitivo, inteligente, dar uma opinião que exterminaria com todas as outras e, por isso mesmo, era cercado sempre de grande expectativa nos assuntos discutidos. Mas Pacheco se limitava apenas a emitir uns grunhidos desconexos, entremeados de palavras poucas, frases toscas que o seu silêncio valorizava ainda mais. Era um pobre coitado sem opinião alguma, sem conteúdos de nenhuma expressividade, circulando de roda em roda de conversas e despertando mais curiosidade. Quando se via sem saída e precisava dizer alguma coisa era sempre muito econômico e suas emissões eram ditas com um ar intelectual de tal teatralidade que todos se sentiam privilegiados de ter conseguido arrancar-lhe os tais grunhidos incompreensíveis. Naturalmente evitava a imprensa, sabia que ali teria de dizer algo que ficaria registrado em papel e, posteriormente analisado, entregaria suas limitações e burrice. Viveu bem por muitos anos com seu vazio e sua aparência equívoca alimentada por toda a corte.Fosse hoje viveria melhor. Estamos em plena era do jogo de aparências. Não posso deixar de pensar no Pacheco quando vejo as imagens e as declarações de uma certa senhora infiltrada na área da cultura goiana, ar imperial, sobrancelha erguida com traços de lápis marron, um permanente aspecto de tédio envolvendo sua figura programada para vender exatamente o que ela não tem. Também se recusa freqüentemente a receber a imprensa, sabe que poderia cair a máscara da personagem que criou pra si mesma, expor-se diante de uma área tão crítica como é a cultura, “entregar o leite”, como se diz popularmente. Entende de tudo, mas não entende de nada, exatamente como o experto Pacheco e, como ele, já circulou em várias áreas das atividades públicas com seu ar severo e cheio de pompa. Seus assessores se encarregam de emitir opiniões por ela, hipnotizados pela personagem assim como Pacheco hipnotizava a corte. É uma bela representante do jogo de aparências tão carinhosamente cultivado. Mas há outros.Deputados e vereadores goianos, pra não falar de figurinhas mais elevadas na escala política, também aprendem rápido a arte de não dizer nada no maior espaço de tempo. Com seu português macarrônico, cenho franzido pra disfarçar a burrice que teima em se manifestar nos mínimos músculos da face, eles estão todos os dias dando entrevistas e declarações sobre suas brilhantes atuações e seus projetos capengas e grandiloqüentes. Encontram sempre um entrevistador que, pela posição que ocupam, trata de incensá-los como grandes realizadores e exemplos de homens públicos. Eles fingem que acreditam em si e nós fingimos que acreditamos neles.Da mesma maneira que fica o dito pelo não dito quando um dr. Delegado de polícia afirma que vai abrir sindicância baseado na lei tal de número tal para investigar algum crime e aproveita para destilar seus conhecimentos das leis que regem o País. Já sabemos que ninguém será punido, a não ser esses pobres de vida e de espírito que ousam roubar dos ricos algum bem de reposição fácil. Esses, sim, vão pra cadeia por alguns dias. E não se fala mais nisso, que a vida é cíclica e precisa dar espaço para o próximo crime, o roubo público que deverá ocupar as manchetes na semana seguinte. Quando o que vale e o que predomina são apenas as aparências não se deve esperar muito das sociedades do mundo, melhor mesmo é considerar seriamente a hipótese de se voltar pra dentro de si, mesmo que isso também seja assustador. Sabe lá o que se vai encontrar?Diante do Pacheco da literatura do grande Machado de Assis nós sentimos admiração pela criação do escritor em construir personagem tão forte.Diante dos muitos pachecos cotidianos não temos mais um sentimento definido que pode ser mescla de asco e ridículo, nojo e aversão, pena e desprezo, alergia e ódio.Mas de uma coisa não podemos esquecer: pachecos são produto de nossa própria tolerância e descaso, aceitação e passividade, acomodação e conivência. Sorte deles. Ai de nós!
Marcos Fayad é ator e diretor de teatro
Essa manifestação intelectualóide saiu na REVISTA BULA e no caderno de cultura do JORNAL OPÇÃO. Ambos com os dedinhos meigos do intelectual Debi Lóide CWL.
http://www.revistabula.com/coluna6-2007-05-28.php

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