sexta-feira, dezembro 01, 2006

MP acusa e pede prisão de bispos

Líderes da Igreja Renascer respondem por crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens
Luiz Albuquerque
Da editoria de Brasil/Mundo

São Paulo. O Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do apóstolo Estevam Hernandes e sua esposa Sônia Haddad Moraes Hernandes – mais conhecida como bispa Sônia –, fundadores da Igreja Renascer. Eles respondem por crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, estelionato e falsidade ideológica.

A instituição é a segunda maior entre as neopentecostais do País em número de fiéis e de templos.O pedido foi encaminhado ao juiz da 1º Vara de Justiça Criminal de São Paulo, Paulo Antônio Rossi, o mesmo que aceitou a denúncia do MP e determinou a quebra do sigilo bancário e o bloqueio dos bens do casal em setembro deste ano.

De acordo com o argumento apresentado pelo Ministério Público, os acusados arrecadaram “altíssimos valores” com a igreja, “às custas, principalmente, de ludibriar fiéis e de deixar de honrar incontáveis compromissos financeiros”. E não é apenas dessa forma que o casal tenta enganar seus fiéis. Dizer, por exemplo, que a igreja havia sido roubada com intuito de arrecadar mais já foi anteriormente reportado e denunciado pelo MP de São Paulo, que definiu o ato como “a nova modalidade de golpes que estariam sendo aplicados pelos membros da Igreja Renascer”.
E não pára por aqui.

O promotor resposável pelo caso, Marcelo Mendroni, afirma que a Renascer funcionava como uma organização criminosa, em “moldes empresariais”, ou seja, com fundador presidente, diretores (bispos), gerentes (pastores), chefes gerais e o povo, que seriam os “clientes” da empresa.“Eles criaram um produto, que é a fé. E a vendem em moldes de organização criminosa”, afirma Mendroni.

Ainda segundo o MP, os acusados utilizariam a igreja para a prática de crimes de estelionatos e outras fraudes como forma de arrecadação para lavagem de dinheiro.“Há grande volume de dinheiro circulando entre as pessoas, físicas e jurídicas, embora sejam utilizadas atividades filantrópicas, como pano de fundo”, diz a denúncia.

Fiscais da Fazenda Estadual paulista rastrearam a movimentação financeira de dez empresas abertas pelo casal. As firmas era criadas e repassadas a outros integrantes da igreja, o que gerou rombo de R$ 7 milhões em tributos não pagosO casal também foi denunciado por falsidade ideológica, ao criar uma igreja “laranja” chamada Internacional Renovação Evangélica com o objetivo de afastar a Renascer de processos de cobrança cíveis e trabalhistas.

Procurada pelo DM, a assessoria de imprensa da igreja não quis pronunciar-se oficialmente.

E quando o MP tomará alguma atitude contra a Igreja Universal do Reino de Deus (ops! Do reino fabuloso do Edir Macedo)?

Disfarçados de cordeiros, os lobos devoram o povo brasileiro.

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