domingo, novembro 12, 2006

HOMEM DE CONFIANÇA DO PREFEITO IRIS

Separação Milionária
Secretário de Habitação da prefeitura é despejado por falta de pagamento

por Manoel Messias
Goiânia, 12/11/06 - Se não bastasse o seu envolvimento no escândalo do desvio de dinheiro destinado às crianças do Cidadão 2000, o secretário de Obras e Habitação da prefeitura de Goiânia, Iram de Almeida Saraiva Júnior, está metido em uma confusão de ordem familiar – que extrapola a esfera particular – e vem se somar à extensa ficha de casos nebulosos em que ele está envolvido.

Na terça-feira passada, enquanto Saraiva Jr. despachava tranquilamente no Paço Municipal, ainda de manhã quatro funcionários braçais da empresa de mudanças Granero iniciavam o despejo dos móveis e objetos do apartamento onde moram professora universitária Karolyna de Freitas Santos Saraiva, 30 anos, e a menina Valentina Santos Saraiva, de 4 anos, ex-mulher e filha do secretário.As duas – mãe e filha – residiam com Saraiva Jr. no apartamento 702 do Edifício Flávia, na Avenida T-5, Setor Bueno.

Karolyna, que casou com comunhão universal de bens com Iram, diz que ele está lhe tirando tudo como forma de lhe obrigar a fazer um acordo judicial benéfico para ele. “Me demitiram por telegrama da função de professora da Fasam, além de renegarem o fato de eu ser sócia da empresa. Ele fala que vai me deixando assim porque a Justiça é lenta.

Ele sabe disso. E alardeia que o pai dele tem muita influência no Fórum, garantindo que as ações não andam e que é melhor eu ceder e fazer logo o acordo que ele quer impor”, denuncia.

Ex-esposa é dona de 33% da FasamEm outubro do ano passado, os demais sócios da Fasam destituíram Karolyna da função de diretora administrativa e financeira da faculdade, através de uma alteração no contrato da empresa registrado na Juceg. Karolyna recorreu, alegando que usaram informações falsas e adulteradas.

Recorreu inclusive à Justiça, com uma ação judicial incidental de declaração de nulidade de atas de assembléias e alteração contratual.A decisão saiu agora no final do mês passado e foi favorável a Karolyna.

O relator, vogal Luiz Aparecido Soares, anulou a alteração contratual que destituíra Karolyna, além de determinar a comunicação dos fatos (as fraudes) à Procuradoria da República e à Polícia Federal para as providências cabíveis.Karolyna possui 33,33% das cotas da Fasam. Além dela, a empresa está em nome de Maria Aparecida Silveira Saraiva (mãe de Iram Jr.), Milena Silveira Maldonado e Glauce Silveira Saraiva (irmãs dele).

De acordo com Karolyna, quando Iram saiu de casa, as irmãs dele bloquearam todo o pagamento que ela recebia da Fasam: “Eu fui diretora administrativa e financeira da faculdade durante cinco anos, desde que ela abriu. Eu trabalhava efetivamente lá. Depois da separação, eles me impediram de trabalhar. Enquanto eu fui conveniente para eles, foi bom”, lamenta.

A professora acusa os sócios da Fasam de terem falsificado um documento de saque bancário, retroagindo a data do saque, para tentar incriminá-la. Essa foi a justificativa que os sócios utilizaram para excluí-la arbitrariamente da sociedade, decisão que foi revogada diante das evidências de fraude e outras irregularidades.“Eu não estava pegando dinheiro da Fasam, apenas recebia meu salário. Eu fui ao banco e saquei meu pró-labore, R$ 5 mil do salário de professora.

Escândalo Cidadão 2000

Secretária de Iram Saraiva Jr. mandava em ONG da prefeitura
O último dos escândalos que Iram Saraiva Jr. está envolvido é referente a um programa de atenção a crianças carentes que há 13 anos existe em Goiânia, a ONG Sociedade Cidadão 2000, entidade a qual presidiu quando era secretário municipal de Ação Integrada.Segundo uma auditoria, estaria havendo desvio de dinheiro das ações sociais destinado para a ONG durante o período em que Saraiva Jr. presidiu a entidade.

Em várias situações, Saraiva Jr. foi citado e apontado por funcionários subalternos como sendo um dos responsáveis pelas irregularidades que ocorreram na entidade após o início da administração de Iris Rezende.

Coordenador de serviços operacionais de janeiro a agosto de 2005 da ONG, pastor Marlon Glacer de Oliveira, em depoimento na Comissão Especial de Investigação (CEI) que a Câmara Municipal de Goiânia instaurou para apurar as irregularidades, confirmou que a secretária Rosa Maria Rodrigues era de total confiança de Iram Saraiva Junior e repassava a ele tudo o que ocorria na ONG. “Ela era a toda-poderosa”, disse Marlon.

Ouvido pelo Ministério Público Estadual, o ex-coordenador-geral da ONG Sociedade Cidadão 2000, Sebastião Irene de Araújo, conhecido como Tião do Arroz, confirmou que realmente há improbidade administrativa na gestão da entidade, responsabilizando Iram Saraiva Júnior pelos atos.

Em seu depoimento, Sebastião afirmou que “em 20/05/2005, a Sociedade Cidadão 2000 adquiriu 180 fardos de arroz, contudo, somente 33 permaneceram na entidade, sendo que o restante foi utilizado nos mutirões da Prefeitura de Goiânia, atendendo a ordem de Iram Saraiva Júnior (presidente da ONG)”.

Tião do Arroz admitiu que, com a chegada de Rosa Maria Rodrigues, secretária de Iram Saraiva Júnior, foram surgindo problemas em razão de seu comportamento “inadequado”, e que, após demiti-la, sem o consentimento do presidente da ONG, ela entregou auditoria mostrando os problemas da Cidadão 2000. “A partir daí, o caso teve repercussão em toda a cidade de Goiânia”, finaliza.

A investigação na Cidadão 2000 foi iniciada pelo Ministério Público (MP) estadual a partir de uma denúncia veiculada na imprensa em abril deste ano, dando conta que havia desvio de dinheiro das ações sociais destinado para a ONG.

O problema estaria prejudicando crianças atendidas por unidades da organização. De acordo com a denúncia, em algumas unidades, durante dias seguidos, chegavam a faltar produtos como arroz, feijão, leite, material de limpeza e pedagógico.


Após a conclusão das investigações do TCM, deverá mover uma ação civil pública contra os envolvidos nas irregularidades.

Iramzinho, trajetória de irregularidades
Dono de uma carreira fulminante na política, estimulado pelo prestígio do pai, que foi senador e ministro e acabou aposentado como ministro do Tribunal de Contas da União, também envolvido em denúncias, Iram Saraiva Jr. teve o seu nome associado a irregularidades desde o início da carreira.

Em 1999, quando ainda era vereador, ele foi acusado de fazer parte de um esquema na Câmara Municipal de Goiânia, através do qual alguns parlamentares exoneravam assessores para, logo em seguida, recontratá-los, ficando os vereadores com as verbas do acerto trabalhista.

A Delegacia de Crimes Contra a Fazenda Pública instaurou inquérito e o Ministério Público denunciou os acusados à Justiça, por crime de improbidade administrativa. Até hoje, a decisão ainda não saiu.

Já na Assembléia Legislativa, em outubro de 2002, Iram Saraiva Júnior foi acusado pelo Ministério Público Estadual acusado de praticar, novamente, atos de improbidade administrativa. Desta vez, ele empregou funcionários fantasmas (era feito o contrato, mas a pessoa não trabalhava) em seu gabinete.

Também foi acusado de ficar com parte dos salários dos servidores de seu gabinete e, em certos casos, desviar integralmente para si próprio os salários de alguns funcionários.Segundo apurou o Ministério Público, alguns funcionários contratados para trabalhar no gabinete de Saraiva Jr. na verdade trabalharam na implantação da Faculdade Sul-Americana.

Um funcionário contratado para o gabinete do então deputado estadual, Irancélio Paula Pimenta, trabalhava como vendedor em uma loja de tecidos em Goiânia, cumprindo carga horária das 8h às 18h diariamente.

Nesse caso, os promotores Marlene Nunes Freitas Bueno e Abrão Amisy Neto concluíram que Saraiva Jr. apossou-se integralmente dos vencimentos de dois funcionários do gabinete, caracterizando ato de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

Na mesma ação, Saraiva Jr. é acusado também de abuso de poder. A Justiça aceitou a denúncia e Iramzinho responde ao processo na condição de réu.Na Secretaria de Comunicação da prefeitura, já na gestão Iris Rezende, mais confusão envolvendo Iramzinho.

Ele autorizou um contrato publicitário com a SGPA, pelo qual os muros do Parque Agropecuário foram pintados com o logotipo da prefeitura e um stand montado no recinto da feira de 2005. Valor: mais de R$ 1 milhão.

O Ministério Público desconfiou e abriu inquérito, levando a prefeitura a revogar o contrato. O processo está em andamento na Justiça.

Para ler a matéria na integra no jornal o SUCESSO siga o link http://www.jornalosucesso.com.br/editoria_materia.php?id=1867

Novamente o prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado errou na escolha de auxiliar. Ao retirar da tumba tipos com a folha corrida do estilo de Iram Saraiva Jr., o prefeito abriu as portas do erário para corruptos e ímprobos.

Entretanto, em última instância, o prefeito é o maior responsável por tudo, uma vez que a escolha desses "tipos" foi sua. E onde anda o MP que ainda não pediu o seu afastamento do cargo? Por muito menos os prefeitos de Anápolis e de Niquelândia foram afastados a pedido do MP.

Acorda Goiânia!

2 comentários:

Anônimo disse...

valeu visgo! Temos que escancarar a vida desses ladrões que posam de bons moços na fita. Na verdade não pasam de um corja de marginais engravatados. Que tal você dar uma pesquisada na vida do Iranzão que tá querendo voltar pra roubar na câmara e publicar no blog. Sab tem uma matéria na veja ( não me lembro o número) que ele aparece envolvido em outros esacandalos.
continue divulgando isso ajuda o povo a abrir o olho.

Visgo disse...

Opa! Agradeço, mas manda ai as informações da revista. Aproveita para deixar o anonimato.