domingo, abril 08, 2012

AS ELEIÇÕES 2010, O POVO E EU

AS ELEIÇÕES 2010, O POVO E EU


Lí, certa vez que, “terminado o jogo, todas as peças voltam para dentro da mesma caixa.” Será?
Durante os três meses que antecederam o Dia “D” das eleições estaduais, vi e ouvi de tudo em minhas andanças por alguns de nossos municípios. Há muito que trabalho em campanhas políticas, nunca partidárias (amo falar isso) mas valorizando o candidato no qual acredito. Contudo, confesso que em nenhum outro tempo estive tão perto de tantos políticos, candidatos ou já eleitos. Estive, digamos, nos bastidores onde o Povo não tem acesso. Entre surpresas, sustos, decepções, cansaço, enjoos de estômago e dores de cabeça ao ouvir tantos planos maquiavélicos e, claro, desejo de lutar e ganhar atravessei esse período que, ideologicamente, alardeiam ser o ápice da democracia.
Penso que, por isso mesmo, por participar tão de perto e mais ativamente, posso dizer que jamais vi e ouvi tantos conchavos e conluios que, polidamente, apelidam de “alianças”, de “coligações”. A não ser em páginas econômicas ou em notícias sobre loterias nunca havia visto ou presenciado pessoas mencionarem tantos valores em dinheiro: Quanto receberiam; quanto pagariam; como seria o “esquema” de compra de votos e/ou “apoios”. Vi e soube de muita “gente boa” nesse meio . Pessoas que, noite e dia (com suas sacolas) se ocupavam em cobrar, não, perdoem-me; em pegar; não, também não; tomar, não. Santo Deus, que palavra usar aqui? Vamos lá. Podemos usar “receber contribuições” para, supostamente, garantir votos para os incautos e ingênuos (serão mesmo?) candidatos. Não seria, quem sabe, melhor se eles fizessem um bom trabalho, de verdade, bem junto ao Povo? Eh, eu sei! Agora talvez eu esteja sendo ingênua.
O fato é que em minhas observações, nenhuma vez vi ou ouvi nessas reuniões nada que beneficiasse, realmente, o Povo. Cada um tratava de garantir seu ganho próprio e, por vezes, nada modesto. E “arrotavam” poder: “Votos de cabrestos”, diziam. Tudo isso sem contar as inúmeras “traições”, “puxadas de tapetes” entre pessoas que, teoricamente, andavam juntas.
Não me sinto segura em apontar o maior responsável por essa situação. Se o Povo ou se os políticos. Dilemas à parte, posso afirmar que em todo esse processo o Povo é o menos favorecido. Não fosse verdade, as plataformas políticas, em época de eleições, seriam outras que não Educação, Habitação, Saúde e Segurança, embora tudo careça de inovações, que não é o caso. Claro, tivemos uma nova este ano: Os dependentes químicos, que nada mais são que “frutos” da inexistência e insignificância dessas quatro áreas basilares em qualquer sociedade.
Sem Educação e Saúde de verdade, de qualidade não há perspectiva de crescimento real. Muito se falou sobre o Brasil ser a 6ª economia do mundo. E daí, pergunto. Onde esse fato mudou a vida daquele que depende do Sistema Público? Manter o Povo na ignorância e dependentes de “ajudas” é extremamente mais lucrativo que educá-los e conscientizá-los. Conhecimento é poder. Todos sabemos. Deve ser por isso que em nosso País há tanto “revezamento” de políticos que se profissionalizaram na área. Mas há que se questionar a função da manutenção dessa ignorância algum dia, embora se torne em retórica, pois sabemos que tal é que mantem os políticos onde estão, ano após ano. E quanto mais ficam no poder, menos fazem.
Sem Saúde, tampouco, o Povo consegue se desenvolver. Se a maioria desses políticos que estão aí nesse revezamento, se importassem de fato, minimamente que fosse, o Povo receberia um atendimento digno. Sou a favor do movimento que determina que todos os políticos eleitos utilizem os serviços públicos, sem privilégios algum. Escolas para seus filhos; hospitais públicos, também, para sua família. Sem dúvida, os sistemas públicos seriam diferentes. E nada de altos salários. O Povo decidiria esses ganhos. Não o contrário.
Apesar de todas as coisas ruins que mencionei aqui, houve um fato que muito me alegrou. Como resposta ao trabalho desenvolvido nos deparamos com jovens que nunca havia exercido, de fato, seu direito de voto, haja vista que nas eleições passadas anulavam esses votos, decidirem por votar, sobretudo em candidatos que apareceram nesse cenário pela primeira vez. Isso para mim foi a maior vitória.
Necessário se faz, hoje, oferecer às nossas crianças, adolescentes e jovens uma Educação que os politizem. Não partidariamente, óbvio. Para que compreendam que suas vidas dependem, diretamente, da Política; que tudo é Política. E que anular ou vender seu voto, ou ainda, bater no peito se dizendo apolítico não resolve os problemas nem os faz menos responsáveis pelas corrupções e outras mazelas de nosso País. É isso!

Adrienne Machado Costa
Pedagoga/Func. Pública Municipal

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

LEI GOYAZES - FIM DA LINHA!

NOTA DE REPÚDIO



NÓS, FAZEDORES DE CULTURA DE GOIÂNIA E DO ESTADO DE GOIÁS, REUNIDOS NO DIA 05 DE FEVEREIRO PARA DEBATERMOS O FAZER CULTURAL EM NOSSA CAPITAL E EM NOSSO ESTADO, VIMOS POR MEIO DESTE, REPUDIAR A ATITUDE DOS GESTORES DA SECRETARIA ESTADUAL DA FAZENDA DO ESTADO DE GOIÁS, QUE AO SUSPENDER A OUTORGA DE CRÉDITO DA LEI GOYAZES, IMPEDIU QUE OS ARTISTAS E TRABALHADORES DA CULTURA EM GOIÁS USUFRUISSEM DOS BENEFÍCIOS DA REFERIDA LEI.

CONCLAMAMOS A SEFAZ PARA QUE PROCEDA IMEDIATAMENTE A REGULARIZAÇÃO DO BENEFÍCIO PARA QUE OS ARTISTAS E TRABALHADORES DA CULTURA E A SOCIEDADE EM GERAL POSSAM EXERCER DE FATO E DE DIREITO A SUA CIDADANIA. COM ESTA AÇÃO O GOVERNO CONFIRMARÁ O DISCURSO DO ENTÃO CANDIDATO MARCONI PERILLO, QUE AFIRMOU QUE A CULTURA SERIA PRIORIDADE EM SUA GESTÃO.



ASSINAM ESTA:



1. Adauto Bento Leal – Cantor e Compositor

2. Adriana Rodrigues – Produtora e Diretora de Audiovisual e membro do Conselho Estadual de Cultura

3. Adriana Veloso - Cia Benedita de teatro e Esqueteria Macacos

4. Adriano Souza Oliveira - membro do Coletivo Brejo de Piracanjuba (GO) e baixista do grupo Mamacadela do Cerrado

5. Agatha Couto - Fósforo Cultural

6. Alessandra Macedo de Brito – Atriz

7. Alessandro de Andrade Guarita – Designer Gráfico, Analista Legislativo da Assembléia de Goiás

8. Alexandre Camargo – Ator – Grupo Bolhas de Sabão

9. Alfredo Gerozan – Teatro de Rua

10. Alice Galvão – Cantora

11. Aline Mil - Fósforo Cultural

12. Allan Lourenço – Técnico e Iluminador

13. Almir da Mata – Ponto de Cultura

14. Altair Sousa Júnior – Ativista Cultural

15. Amanda Felipe - Estudante de fotografia e audiovisual

16. Amauri Garcia – Músico

17. Ana Lúcia da Silva – Centro Cultural Eldorado dos Carajás

18. Ana Paula Mota - Produtora Cultural (Quasar Cia de Dança)

19. Ancelmo Soares de Faria - Ator , diretor e produtor cultural

20. André Luiz Flauzino – Ativista Cultural

21. André Pimenta – Ator e Associação dos Gestores Culturais de Goiás

22. Andrea Pita - colaboradora do Grupo Teatro Ritual

23. Andréia Miklos Mocó - Produtora Fora da Lei

24. Anna Morais - Gestora Cultural/Produtora Audiovisual

25. Antônio Delgado – Grupo de teatro Arte e Fogo – Escola de Samba Lua La

26. Arquidones Bites Leão Leite – Dirigente do Sintego regional sindical de Trindade

27. Benedito Ferreira – Diretor de Arte e Cenógrafo

28. Benedito Pereira da Silva – Gestor Cultural de Anápolis

29. Borges Filho - Produtor Executivo Makro Vídeo

30. Bruno Garajau – Cia de Teatro Nu Escuro e Balaio Produções

31. Bruno Peixoto – Ator

32. Bruno Vargas Adorno – Ator – Grupo Bolhas de Sabão

33. Camila Penques Avelar de Carvalho – Fotógrafa

34. Camila Pessoa de Souza - Gestora, Produtora Cultural e Jornalista

35. Cárita Pinheiro - Grupo de Teatro Arte & Fatos - CAC/PUC/Goiás

36. Carlos Cipriano Gomes Júnior – Produtor Audiovisual, Professor, Vice-Presidente do Conselho Estadual de Cultura e Diretor da Associação Goiana de Cinema e Vídeo AGCV

37. Carlos Eduardo França Ferreira Quirino Rodrigues – CAZÈ - Professor de Educação Física, Produtor e Gestor Cultural, Tesoureiro e Ritmista da Associação Coró de Pau

38. Carlos Henrique de Oliveira – Ativista Cultural

39. Carlos Pompeu – Ativista Cultural

40. Carollyne Almeida - Fósforo Cultural

41. Cássia Queiroz – Produtora e Diretora de Audiovisual e Associação Brasileira de Documentaristas de Goiás ABD - GO

42. Célia Correa Ferro - Ponto de Cultura e Grupo Teatral Trem de Doido

43. César Augusto Esteves Kiss – Produtor Audiovisual, Mandra Filmes e Diretor da Associação Goiana de Cinema e Vídeo AGCV

44. Charles Stanley – Técnico e Iluminador

45. Clarisse Duarte – Professora de Língua Portuguesa e atriz – Cia de Teatro Sala 3

46. Cláudia Mendonça - Produtora Cultural

47. Cláudia Vieira – Cantora

48. Cláudio Marques Duarte – Radialista

49. Cleber de Sousa Carvalho – Ativista Cultural

50. Cleiton Alves de Araújo – Programador WEB

51. Companhia Teatral In Cena

52. Constantino Isidoro – Diretor da Anthropos Companhia de Arte

53. Cristhianne Lopes do Nascimento - Teatro Exercício Produções Artísticas; Arte & Fatos; Usina Cênica - Mão de Moleca.

54. Cristiane Fagundes – Atriz – Grupo Bolhas de Sabão

55. Cristiano Pereira da Silva – Cantor

56. Danilo Alencar – Diretor de Teatro Grupo Arte e Fato – Presidente da Federação de Teatro de Goiás FETEG

57. Danilo Itty - Fósforo Cultural

58. Dionísio Bombinha - Ator/ Teatro que Roda

59. Du Oliveira – Músico, Especialista em Gestão e Produção Cultural, Coordenador Regional Centro-Oeste na Executiva Nacional do Fórum Nacional de Música.

60. Edimar José de Souza Filho - Músico, Compositor, Produtor Técnico, Fósforo Cultural, Circuito Latino-Americano Fora do Eixo.

61. Edinardo Lucas – Produtor e Diretor Audiovisual

62. Edson Ferreira Alves - Grupo de Teatro Star

63. Eládio Garcia Sá Teles – Produtor e Diretor de Audiovisual e Associação Goiana de Cinema e Vídeo AGCV

64. Erasmo Alcântara - Produtor audiovisual e Fractal Filmes

65. Erasmo Alcântara- Produtor Cultural

66. Eudaldo Guimarães – Cineasta e membro da Associação dos Documentaristas Brasileiro de Goiás – ABD-GO

67. Fabiana Assis - Produtora - Nonanuvem Filmes

68. Fabiana Tavares – Cantora Gilkka Martins de Campos Castro – Cantora

69. Fábio PH – Produtor e Diretor de Audiovisual e Associação Goiana de Cinema e Vídeo AGCV

70. Fabrício de Almeida Nobre, músico, produtor cultural, diretor da Associação Brasileira de Festivais Independentes

71. Fátima Paraguassú - Fórum de Culturas Populares e Tradicionais do Estado de Goiás e Comissão Goiana de Folclore

72. Fausto Noleto – Músico

73. Felipe Ferro - Ator/ Teatro que Roda

74. Felipe Jorge Kopanakis – Geógrafo e Ativista Cultural

75. Fernanda Fernandes - Produtora Cultural/Diretora de Produção da Federação de Teatro do Estado de Goiás

76. Fernando Santos - Produtor Musical - Pandarus Música Brasileira.

77. Fred Policarpo - Estudante de Arte Dramática/Ativista Cultural

78. Frederico Roberto Noleto – Músico

79. Geni Rosa Gomes Adorno - Radialista - Produtora Cultural

80. Geraldo Mariano - Fósforo Cultural

81. Gilberto Correia – Músico

82. Grupo Zabriskie de Teatro

83. Guido Campos Correa – Ator

84. Guilherme Goulart - Fósforo Cultural

85. Guilherme Luiz da Rocha - Produtor e ator de teatro

86. Gustavo Vazquez - Músico- Integrante do MQN e produtor musical

87. Hélio Fróes – Cia de Teatro Nu Escuro

88. Hélio Martins da Mata - Produtor Cultural / Representante dos Pontos de Cultura de Goiás

89. Heloá Fernandes – Fotógrafa e Estudante de Artes

90. Herê Aquino - Diretora do Grupo Expressões Humanas de Teatro

91. Hugo Mor - Ator/ Teatro que Roda

92. Ieda Marçal - Atriz/ Teatro que Roda

93. Ilka Portela - atriz e produtora do Grupo Teatro Ritual

94. Isabela Naves – Atriz Grupo Bolhas de Sabão

95. Izabela Nascente - Atriz, diretora artística

96. Jairo Antônio Lopes – Ator de Teatro Circense

97. Janaina Gomes Machado – Capoeirista e Assessora de Comunicação

98. Jô de Oliveira - atriz e produtora cultural do Grupo Teatro Ritual

99. Joana Darc Aguiar de Souza – Ativista Cultural

100. Joana Peixoto – atriz e professora

101. João Lucas - Fósforo Cultural

102. João Ovídio - Fósforo Cultural

103. João Paulo de Morais Alves – Designer

104. João Rodrigues - Cia abelharte (Jatai)

105. Joelma Paes – Produtora audiovisual e Fractal Filmes

106. Joelma Paz- Produtor Cultural

107. Juliana Leonardo Nunes – Produtora e Gestora Cultural

108. Juliana Marra - Fósforo Cultural

109. Juraildes da Cruz Rodrigues – Cantor e Compositor

110. Kadú Oliviê - Grupo de Teatro PlenLuno Teatro

111. Karine Olimpio Serrano Mendes – Cantora

112. Karla Rady - Jornalista e produtora cultural

113. Kellen Casara - Diretora, Produtora, Roteirista e Coordenadora do Pontão de Cultura URBIS

114. Kelly Cristina Gonçalves - Ativista Cultural

115. Kim-Ir-Sem Pires Leal – Fotógrafo – Documentarista e Associação Goiana de Cinema e Vídeo AGCV

116. Laércio Correntina – Músico

117. Leandro Bezerra da Cunha – Produtor Audiovisual e Presidente da Associação Brasileira de Documentaristas de Goiás – ABD-GO

118. Leandro Martins Dias - Ponto de Cultura e Grupo Teatral Trem de Doido

119. Léo Pereira – Poeta e Publicitário

120. Letícia Luccheze. Cia Teatral Luccheze

121. Levy Silvério da Silva Júnior - Biólogo, Mestre em Gestão do Patrimônio Cultural, Gestor Cultural, Assessor da Coordenação de Arte e Cultura da PUC Goiás

122. Liliane Freitas – Ativista Cultural

123. Lisandro Nogueira – Professor de Cinema na Universidade Federal de Goiás

124. Liz Eliodoraz - Atriz/ Teatro que Roda

125. Luciana Ribeiro – Dançarina e Mais Um Associação Cultural

126. Luciano Gomes de Oliveira – Músico da Orquestra Sinfônica de Goiânia

127. Lucinete Morais – Produtora Cultural

128. Lúcio Franco – Ativista Cultural

129. Luisa Teixeira Daher – Administradora

130. Luiz Carlos Lopes de Mendonça – Escolas de Samba e Blocos de Carnaval

131. Luiz Cláudio Irineu Rezende – Cia de Teatro Novo Ato

132. Luiz Fernando Carijó Chaffin – Produtor Musical

133. Maiani Camargo Gontijo – Produtora Cultural

134. Maneco Maracá – Circo Lahetô

135. Mara Natércia – Cantora e Musicista

136. Marcelo Carneiro - Produtor Cultural e Arte Brasil

137. Márcia Deretti - Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) e Escola Goiana de Desenho Animado.

138. Márcio Mário da Paixão Júnior – Músico grupo de rock Mechanics

139. Marco Antônio Gomes de Carvalho - Secretário Municipal de Cultura de Jataí

140. Marco Antônio Vieira Brito – Escola de Samba e Blocos de Carnaval

141. Marcos Amaral Lotufo – Oficina de Teatro Gepeto e Federação de Teatro de Goiás – FETEG

142. Marcus Fidelis – Blogueiro, Pesquisador e Ativista Cultural

143. Marden Pereira - Ator, Cineasta e Diretor-Cia de Teatro Revolution - Goiânia-Go

144. Maria Eugênia Pacheco Alencastro Veiga - Cantora

145. Mariana do Nascimento Peixoto – Ativista Cultural

146. Marília Ribeiro Pereira – Atriz e Grupo de Teatro Cia Novo Ato

147. Marina Brito - Atriz do Grupo Expressões Humanas

148. Martins - Cia Stars Produtora e Diretora

149. Michelle Cristina ramos Martins – Produtora Cultural

150. Miguel Jabur - assistente de produção do Grupo Teatro Ritual

151. Mônica Mendes Maranhão Izaac - Cantora

152. Murilo Henrique Barros – Associação Calunga de Capoeira Angola

153. Nádia Junqueira Ribeiro - Cantora grupo Passarinhos do Cerrado

154. Nando Rocha - ator, diretor e produtor cultural do Grupo Teatro Ritual

155. Naya de Sousa - Fósforo Cultural

156. Néliton Figueiredo - Produtor Cultural (FestMúsica)

157. Nilton Rodrigues – Ator – Teatro Exercício

158. Norval Berbari – Grupo de Teatro Arte e Fatos – Federação de Teatro de Goiás FETEG

159. Pablo Angelino - ator, diretor e produtor cultural do Grupo Teatro Ritual

160. Pablo Kossa – Músico e Fósforo Cultural

161. Pádua - Cantor e Compositor

162. Palhaço Sapequinha – grupo Asas do picadeiro – Sapequinha Troupe-Show.

163. Patrícia Martins Pereira - Produtora Cultural, Bibliotecária-documentalista, Livreira

164. Patrick Mendes - Ator/ Teatro que Roda

165. PaulIinho Reis - Ator, Professor e Bailarino - Grupo Experimental de Dança Ciranda da Arte

166. Paulo R. Arantes Machado – Ativista Cultural

167. Pedro de Castro Guimarães – Produtor Audiovisual

168. Pedro Fernandes de Oliveira – Radialista

169. Pietro Boaventura - Fósforo Cultural

170. Rafael Castanheira – Fotógrafo

171. Raquel Bittencourt – Produtora Cultural

172. Raquel Gabriela Felisberto - Ativista Cultural

173. Raquel Veloso Rossi Cipriano – Atriz

174. Rebeca Neto - Musicista compositora de trilhas e vice diretora da cia sala 3

175. Renato Cirino – Produtor Audiovisual

176. Renato Naves Prado – Editor Audiuovisual

177. Ricardo George de Podestá Martins

178. Rodrigo Fontenelle – Técnico e Iluminador

179. Romualdo Pessoa Campos Filho – Coordenador do Curso de Especialização em Produção e Gestão de Projetos Culturais Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) Universidade Federal de Goiás (UFG)

180. Ronaldo Oliveira - Prelúdio Produções Artisticas

181. Rosângela Camargo - assistente de produção do Grupo Teatro Ritual

182. Rubens Afonso Carvalho – Fotógrafo

183. Sacha Witkowski – Dançarino e Mais Um Associação Cultural

184. Samarone Nunes da Silva – Artista Plástico

185. Samuel Baldani - Diretor de Teatro - Grupo de Teatro Guará - Coord. Arte e Cultura-PUC GOIÁS

186. Sara Vitória - Diretora de audiovisual

187. Saulo Dallago - Ator e Professor da Universidade Federal de Goiás

188. Sebastião Donato Cirilo - Gestor Cultural - Ponto de Cultura Casa de Maria - Inhumas GO

189. Seluta Rodrigues de Carvalho - Circo Laheto

190. Sérgio Bernardoni – Produtor Audiovisual e Centro Cultural Cara Vídeo

191. Sérgio Eduardo Ribeiro Valério – Radialista

192. Sérgio Pato – Músico Percussionista

193. Silvio dos Anjos - Escritor/Poeta

194. Taiana Martins - Produção Executiva Grupo de Teatro Bastet

195. Tamara Benetti - Produtora Cultural

196. Tatiane Letícia dos Santos Alves – Fisioterapeuta

197. Thiago Camargo Ramos- Produtor Cultural

198. Thiago Henrique de Paula – Ativista Cultural

199. Thiago Moura – Grupo de Teatro Bastet

200. Trindade Rita Fernandes Xavier - Pedagoga, Produtora e Gestora Cultural

201. Uliana Duarte Karulyne Ramos

202. Valdemar de Souza- Produtor Cultural

203. Valéria Figueiredo – Dança e Universidade Federal de Goiás

204. Valéria Guedes – Maquiadora para o Audiovisual

205. Vânia Ferro - Artista Plástica e Presidenta da Associação Goiana de Artes Visuais - AGAV

206. Vanilda Alves – Ativista Cultural

207. Vasconcelos Neto - Comunicador Social

208. Vera Côrtes – Produtora Audiovisual

209. Warcelon Duque – Audiovisual e Artista Gráfico

210. Washington Dias – Técnico e Iluminador

211. Wellington Dias – Ator, diretor e terceiro setor.

212. William Bernardes – Nômades Grupo de Dança

213. Wilmar Ferraz – Produtor e Diretor de Audiovisual e Associação Goiana de Cinema e Vídeo AGCV

214. Wilson Cunha Júnior – Ativista Cultural.

sábado, janeiro 09, 2010

CICLO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO - A ESCOLA CICLADA E O POVO

CICLO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO - A ESCOLA CICLADA E O POVO

“SÚPLICA DE UMA AVÓ”

(Pq. Tremendão)

Embora este texto tenha sido escrito em 2004, infelizmente, é bastante atual. A situação não mudou de fato, como afirmam alguns.

Sabemos que a Educação sempre foi, e será, um desejo de todos porque é através dela que poderemos crescer como pessoas e vislumbrar uma vida melhor, possibilitando, assim, que possamos contribuir para a transformação da nossa sociedade.

A sociedade que temos hoje, apesar de toda tecnologia é conturbada, onde os cidadãos (serão mesmo?) trabalham muito e têm pouco retorno como fruto de seu esforço.

Temos consciência que a Educação não resolve todos os problemas do povo, mas sem dúvida, não alcançaremos os nossos sonhos se não a tivermos.

Anos atrás, independentemente do método que se usava, as crianças eram alfabetizadas, em sua maioria. Não queremos entrar em detalhes históricos, mas elas aprendiam, pelo menos, o mínimo necessário - Ler e Escrever.

Vemos hoje, com imenso pesar e preocupação, os nossos filhos freqüentarem a escola sem que isso lhes garanta, sequer, a alfabetização. Falamos, aqui, da alfabetização, também, como letramento e não uma forma de repetir sílabas e não saber o que se está lendo ou assinar os próprios nomes apenas.

Buscamos uma Educação real, onde nossos filhos aprendam além do que é esperado, a também PENSAR, ABSTRAIR, ter AUTONOMIA na execução das tarefas para aplicararem na vida. A Educação não pode ser separada da vida, porque ela é VIVA.

Lemos um documento distribuído pela Secretaria Municipal de Educação às escolas, texto que seria para um Seminário sobre Ciclos, onde falava contra a “estrutura excludente, autoritária e fragmentada” da escola (e sociedade) e mostrava, oferecia uma “proposta educacional inclusiva, democrática e emancipatória”. Perguntamos: Quando será a aplicação dessa proposta? Estamos ávidos por ver nossos filhos aprenderem como garante ‘o papel’. E a nós não interessa saber que algumas poucas escolas conseguem fazer um “bom trabalho”. Queremos e exigimos que seja assim com todas as escolas municipais, para todas as crianças e adolescentes.

Queremos saber onde está a FORMAÇÃO que os livros e documentos tanto falam? Que DESENVOLVIMENTO essas crianças e adolescentes estão tendo? Pior, o que há de HUMANO nesse processo?

Hoje ouvimos ser veiculado nas televisões e jornais e palestras sobre uma “qualidade na educação” que questionamos. Faz-se uma propaganda tentando desviar a atenção do povo dizendo que “construíram mais escolas, reformaram creches, que todas as crianças estão na escola, que aumentaram a merenda escolar...” Como aumentaram as escolas se, apesar da Lei limitar a quantidade de alunos por sala em 25 na Educação Infantil e 35 nas outras séries, temos, por vezes, muito mais?

Se toda criança está na escola, queremos também, e sobretudo, QUALIDADE e não quantidade para fazer vistas à sociedade que muitas vezes não conhece a verdadeira realidade. Ter a merenda (com qualidade) nas escolas é algo precioso e obrigatório, mas não é e nem pode ser tudo. É extremamente urgente melhorar a qualidade da educação, principalmente no Ensino Fundamental. Tal está proposto como um dos eixos no documento em questão.

Na p. 5 deste documento está registrado algo para a “Formação Humana” onde salienta-se a “gestão democrática, a inclusão social, a emancipação humana (onde?, quando?) e o desenvolvimento integral”; na p. 6 lemos algo acerca das dimensões do alardeado desenvolvimento em que afirma que deve ser: ‘física, psíquica, cognitiva, afetiva e estética’. Tudo isso é muito lindo!! Entretanto, gostaríamos que a realidade fosse igualmente linda. NÃO É. Constatamos que nossos filhos, nas escolas municipais, não são alfabetizados ou letrados, não conseguem abstrair, exteriorizar organizadamente, seu pensamento, não adquirem a autonomia para emitir sua opinião, interpretar o que lê; expressam-se através da violência. É claro que existem as exceções, mas são raríssimas. As exceções deveriam ser o real; na p. 20 lemos sobre “... a formação de um sujeito mais humano, ético, político e socialmente transformador”. Como podemos esperar que as crianças de hoje, nas escolas públicas municipais, possam ter, no mínimo, conhecimento do que é ser cidadão se não sabem, sequer, ler ou pensar??

A não-reprovação não tem sido eficaz na sua intenção e aplicação porque os alunos são transferidos de série, tendo por base a idade que têm, mesmo não tendo apreendido a série anterior. O Ciclo coloca a criança ou adolescente na série equivalente à sua idade, mesmo que não saibam ler nada, sem serem alfabetizadas. Isso não as ajuda em momento algum. Pelo contrário, macula seu crescimento, seu desenvolvimento cognitivo, físico, mas principalmente, PSÍQUICO E AFETIVO. Como será que se sentem todos aqueles que se vêem em meio a uma turma na qual não conseguem corresponder minimamente? Alguém já parou para pensar nisso? Qual o político que procurou conhecer o que sentem ao alunos ? E os pais, que são seus eleitores? Quem se importa, realmente, com a realidade alfabetizadora caótica que encontramos nas escolas municipais?

Entretanto, a pergunta mais importante que fazemos é: Quem terá a honradez de, tentar, solucionar esse problema que daqui a dez anos terá jogado para fora das escolas jovens analfabetos funcionais ou, até, de fato? Essa situação tomará proporções arrazadoras e profundamente excludente. Por quê esse sistema só está implantado em nossa prefeitura? E por quê as escolas particulares não adotam ‘tão maravilhoso sistema de ensino’? A quem interessa a permanência dessas crianças e adolescentes na ignorância? Pensemos no papel que essa ignorância tem na e para a sociedade, sobretudo, para os politiqueiros de plantão.

A Lei de Diretrizes e Bases, em seu capítulo IX, Art. 48, Incisos I, II e III fala sobre o Ensino Fundamental onde está assegurado o direito do povo (no caso nossas crianças e adolescentes) à Educação.

Não pedimos favor algum no tocante à execução dessa proposta educacional, mas exigimos os nossos direitos respeitados, porque somos POVO, pagamos todos os nossos impostos, a duras penas, a despeito da qualidade dos serviços prestados pelo município.

Recentemente, tive a infelicidade de me deparar com uma criança de 7 anos, que nunca fora alfabetizada, matriculada já na 2ª série e que depois de um ano continua sem saber ler e escrever. Sabem o pior? Foi promovida para a 3ª série, em uma escola estadual. E eu que pensava que tal absurdo só acontecia no município!! É para os filhos dos trabalhadores assalariados, onde quer que eles se encontrem afinal, se assim não fizerem o dinheiro do Banco Mundial não vem.

Em época de campanha eleitoral ouvimos de alguns críticas a esse respeito. Queremos ver acontecer a mudança, realmente. Queremos acreditar em nossos políticos como nossos representantes, como homens e mulheres que trabalham para o bem estar do POVO.

Iiiiihhhh, estamos em mais um ano eleitoreiro...!! Lá vem os discursos!!!!

sábado, dezembro 12, 2009

"A CULTURA VIRA-LATAS (GIRA GOIANA, 11/11/2009, p.3, DM Revista)

SOBRE O ARTIGO DE PX DA SILVEIRA, NO 'DM', ENVIO O SEGUINTE COMENTÁRIO:

Embora concorde com as palavras deste nobre articululista, que tão bem conhece a causa da Cultura, sobretudo em nossa 'currutela' (em se tratando de Cultura), discordo no tocante a defesa que faz do Sr. Iris, prefeito desta, porque todos sabemos que ele tem se calado diante de todas as informações e constatações feitas sobre o caos cultural que impera em nosso município, ainda mais sobre as falcatruas e desmandos e loucuras de muitos de seus 'colaboradores' (?) nesta sua gestão de grandes benefícios mútuos entre eles.
O pior nisso tudo, penso, talvez não seja a atitude do 'nobre' prefeito, mas a falta de atitude, de postura da grande maioria dos artistas goianos e goianienses que se calam ante tantas injustiças e sectarismos. Não os condeno, nem os justifico tão pouco. A verdade é que cada um, hoje, quer, apenas, defender 'o seu', ainda que sua 'classe' ou grupo, ou categoria sejam, em sua maioiria, desprezados, injustiçados, desrespeitados. Ninguém mais luta por uma causa, a não ser a sua própria. E com isto, as 'hienas' seguem sempre sorridentes, certas de já terem garantidas suas 'carniças' para se alimentarem no dia seguinte. E nessa realidade, fica a Cultura boa e séria 'de pires na mão' ou de 'chapéu' mesmo, esmolando... Uma pena!!

Adrienne Machado Costa

sábado, dezembro 05, 2009

A "BOA" VIDA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

(publicado no Jornal “O POUSO ALTO”, de 22 a 28 de novembro de 2009 – Ano III – Ed. nº 60 – ‘Opinião’ – p. 8 – www.opousoalto.com.br; opousoalto@yahoo.com.br).

“Eu insisto em cantar/Diferente do que ouví/Seja como for recomeçar/Nada há/mas há de vir/Me disseram que sonhar/Era ingênuo/E daí?/ Nossa geração não quer sonhar/Pois sonhe a que há de vir.../

(Osvaldo Montenegro)

A “BOA” VIDA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Pode ser que ao iniciar este texto com esta parte da canção, já não fosse necessário discorrer sobre o tema pensado, pois que para muitos estaria entendida toda a essência.

Entretanto, sinto o acelerar de meu coração a me impelir ao ato de escrever. Tão somente me rendo a este momento, esperando que, quem sabe, ao dividir com os leitores esta história, consiga me refazer. Peço licença a alguns grandes e nobres articulistas para, com toda humildade e, ao mesmo tempo, atrevimento, escrever com pensamento muito simples. Escreverei com o meu coração, com minha alma, que é o que sei fazer, e eles, geralmente, não se apegam as regras gramaticais, não conseguem entrar em uma fôrma. Explicações feitas e desculpas pedidas antecipadamente, então, vamos ao que é mais importante.

Tenho 45 anos; em agosto próximo completo 46. Não sei bem o porquê, mas me agrada e tenho orgulho de falar minha idade. Talvez seja pela pretensão de parecer experiente, vivida. Sei lá. O fato é que em outros tempos passados, saber que uma pessoa era funcionário público significava saber que esta pessoa era alguém importante, responsável, honesto, que estava ali para servir ao povo, da melhor forma possível, além, é claro, de servir ao seu Município, Estado ou País. O funcionário público gozava de um respeito imenso, de status até (também era assim com os professores). Não que tudo ou todos fossem perfeitos, claro que não. Problemas sempre existiram, como bem sabemos.

Cresci ouvindo sobre o status que essas pessoas tinham e dos benefícios que recebiam. A vida de um funcionário público seria “muito boa”, “muito fácil” estabilidade, “bons salários”, “pouco” trabalho, boa aposentadoria, entre outras benesses. Se havia verdade nisto, não sei. O que sei é que este pensamento atravessou o tempo e, ainda hoje, vigora. Vale ressaltar que, vez por outra, (embora raríssimas), alguém reclamava do mal atendimento, da demora nas respostas e soluções dos problemas, da burocracia que dominava o sistema. Contudo, o serviço público continuava sendo o sonho e o alvo de muita gente. Eh, eu sei! Isto também continua prevalecendo no pensamento das pessoas.

Do lado de cá dos balcões, como cidadã, concordava com muita coisa que diziam; inúmeras vezes me senti indignada com os acontecimentos, sobretudo, a parte que se refere ao mal atendimento ao cidadão pelos funcionários públicos.

Mas o tempo passou e, mesmo que não tenha sido por escolha própria (digo isso por ter sido sugestão e incentivo de outra pessoa) participei do concurso público municipal e em setembro de 2002 “tomei posse” do que “conquistara”: Tornei-me uma funcionária pública efetiva, porque antes já trabalhava através de contrato especial. Até então, onde estava era muito bom trabalhar, entrei em uma gestão, passei pelas eleições e cai em uma outra, esta que conseguiu se re-eleger. Aqui, abro um parêntese para explicar que jamais faço política partidária (deve ter gente enjoada de tanto ouvir esta fala). Tem nada não. É sempre bom repetir determinadas coisas para que não paire dúvida alguma sobre minha intenção. Inicialmente, optei por não ficar na mesma escola todos os anos, bem como a trabalhar em duas diferentes nos períodos matutino e vespertino. Isso porque queria conhecer a dinâmica de lugares, pessoas e, conseqüentemente, trabalhos diferentes (amo isso) ainda que, teoricamente, a base fosse a mesma. Além disso, tem o fato de minha característica, meu perfil não ser de ficar presa, estacionada em um local todo o tempo; para mim, é estagnação. Gosto de movimento, do trabalho que não seja feito apenas dentro de uma sala, sentada atrás de uma mesa. Uma grande parte de meus colegas vêem isso como algo ruim, prejudicial para a minha “carreira e histórico” no serviço público. Pensam, como já me disseram, que deveria ficar em um mesmo lugar “para sempre” (credo!). Essa não seria eu. Não mesmo. E houve até quem quisesse me condenar por preferir mudar todo ano de escola, sem aceitar que sempre fora opção minha, acostumada a estar mumificada (com todo respeito). Gosto, e muito, de trabalhar e estudar entre outras coisas na vida. E no que se refere ao trabalho procuro fazer tudo da melhor maneira, ou seja, prestar um bom serviço às pessoas, bem como para a empresa, seja ela pública ou privada. Sempre foi assim. E comecei aos 12 anos no escritório de meu pai (Chamo a atenção aqui para minha idade e, vejam, estou viva e, graças a Deus e aos meus pais, sou responsável).

Durante todo o tempo em que trabalhei para empresas privadas, sempre procurei melhorar meu desempenho, fazer cursos técnicos; e havia de certa forma, incentivo para isso, valorizava-se a pessoa que buscasse aprender mais, que se capacitasse mais; havia reconhecimento (ainda que tímido) na maioria das vezes. Também as exigências eram grandes e esperava-se que o funcionário desempenhasse, no mínimo, sua função para a qual fora contratado e era pago. Hoje, não é diferente quanto as exigências.

Para meu espanto, no serviço público (no meu caso, o municipal) é tudo bem diferente. Ai daquele que “teima” em trabalhar direito. A máxima é dizer “sim para todos” os “chefes” (que são muitos, muitos mesmo) e não se pode pensar, raciocinar, questionar. Do contrário, corre-se o risco de ser “devolvido” como adoram dizer e fazer, sem a menor cerimônia, sem se importarem que estão lidando com seres humanos (como se fosse uma mercadoria estragada). Te jogam para lá, para cá, para cima, para baixo sem nenhum pudor, nenhum respeito, como a um objeto qualquer, mesmo que a Lei (ah, as Leis!!) condene tais atitudes. É bom ressaltar aqui que já não interessa a eles sua opção. Se se sentem incomodados e/ou ameaçados de alguma forma, te põem para fora do lugar como se você nada fosse ou significasse. Não sei quantos de meus colegas conhecem o Estatuto que diz que nenhum funcionário público pode ser “devolvido”, removido sem que haja motivo plausível e/ou consentimento do mesmo. Porém, é bom lembrar que estamos no Brasil, lugar onde as Leis são criadas para serem burladas, para protegerem os bandidos. Então, passa-se por cima destas Leis “inúteis” para se conseguir provar que são “chefes”, que têm poderes outorgados pela autoridade “maior” e “arrotam” isso o tempo todo para justificarem suas más ações.

Dói pensar que, depois de tanto estudar, participar de um concurso seletivo e passar, nenhum valor se tem, nenhum respeito. O funcionário público que não se envolve em questões políticas partidárias, não toma este ou aquele partido em relação a alguém, que apenas quer trabalhar honestamente, que não aceita propinas apesar das pressões recebidas, nem participa das inúmeras falcatruas e maracutaias (em algumas “pequeninas” somos forçados) desses “chefes”, “diretores” torna-se uma pedra no sapato deles, passível de todo tipo de perseguição, retaliação e ameaças.

E acreditem, para alcançarem seus maus intentos, os vários “chefes” são capazes de tudo: somem com relatórios feitos, folhas de ponto, te ligam e mandam outras pessoas ligarem para te aterrorizar, exigindo que você “arranje” atestado médico falso, para justificar faltas que você não tem. Difícil entender isso, não é mesmo? Quando aconteceu isto em 2006, não aceitei, é claro e, então, fabricaram um ofício dizendo que eu abandonara o trabalho por dois meses seguidos, sem justificativas. Se fosse verdade, não deveria eu ser chamada e recebido uma advertência? Não deveria ter sofrido um processo administrativo? Jamais procedi dessa forma, nem nos piores momentos de minha vida. A mentira, a falsidade, os interesses pessoais e a vaidade prevaleceram, tudo baseado nos benefícios mútuos.

Não posso deixar de mencionar a Junta Médica municipal onde, para a maioria, todos os funcionários que buscam este órgão são bandidos, mentirosos, culpados até que se prove o contrário (quando permitem). Será que o texto da Constituição está errado? Terei feito uma leitura equivocada sobre isto? Já nem sei... São tantas as Leis inúteis neste país. Na verdade, não sei o que é pior: se um país sem Leis ou se um país repleto delas, mas que não funcionam. Pelo menos, não para o cidadão trabalhador, cumpridor de suas obrigações.

E o que dizer sobre as famigeradas indicações políticas, que colocam em cargos de chefia, de “confiança” (e agora até entendo o porquê desta confiança) pessoas que, geralmente, nada têm a ver com o trabalho. Além de não conhecerem, desprezam todas as ações desenvolvidas e que dão certo; desfazem das pessoas do lugar, das crianças, dos adolescentes e suas famílias (ainda têm coragem de dizer que são “psicólogas”); oferecem “leite light desnatado” (sobrou o que, então?) e de origem duvidosa; “carunchos feijoados” (não é o contrário não) mandam bater no liquidificador para servir; carnes mal-cheirosas (estou sendo educada); leite azedo e tantas outras barbaridades. E quando alguém se levanta contra, são postas para fora do trabalho e ainda passa a receber xingamentos, ameaças, ofensas por e-mail e recados. Coisas que inicialmente são até engraçadas, mas que tomam proporções tais que é imperioso recorrer à polícia a fim de se ver livre e poder trabalhar em paz. E saibam que o que se ouve cotidianamente é que “fulano tem costas quentes”, que tal vereador ou que “grandes” pastores que ocupam cargos de assessores e outros (Pasmem! Um pastor! Agora isso virou moda, não é?) o colocou ali e que não há nada a fazer. E não adianta mesmo procurar por eles para conversar sobre o problema porque nada fazem, ainda que seu nome e título de “pastor” estejam em jogo. Mas o que é um nome ou um título diante de tanto poder na Terra, e benefícios, e status, concordam? Que importância deveria ter esses pobres mortais, “cidadãos comuns”, funcionariozinhos insignificantes, trabalhadores honestos, cumpridores de seus deveres, pais e mães de famílias, não é? Afinal, as eleições acontecem de 4 em 4 anos, apenas. Quem nos dera todo ano tivesse uma... Pelo menos, teríamos mais valor um número maior de vezes.

Alguns de vocês, leitores, poderiam se arriscar dizendo que há meios administrativos para se resolver todas estas questões mencionadas. Sinto decepcioná-los, mas não há, não de verdade. É pura perda de tempo e energia física e mental tentar buscar soluções administrativamente. Isso porque o corporativismo e os interesses particulares de um e outro imperam e tudo acaba perdido em uma gaveta qualquer, em uma sala qualquer, de um lugar qualquer, quando não, em um lixo qualquer. O máximo que se tem como resposta é: “...desculpe por alguma coisa, mas fulana (o) tem cargo de confiança e é nela (e) que tenho que acreditar...” Vergonha, humilhação, descaso, desprezo, prejuízos morais, financeiros é a parte que cabe aos funcionários públicos que se atrevem a questionar, trabalhar corretamente, buscar o que é seu direito dentro da Lei. A verdade jamais é aceita, acatada, admitida, ainda que caia como um raio sobre a cabeça deles, sim, porque acatá-la romperia com os pactos feitos entre eles de benefícios mútuos.

Como podem ver, amigos leitores, a vida de um funcionário público não é assim fácil como pensam a maioria. Pelo menos não para os sérios, os que se preocupam, de verdade, com seu trabalho, em servir bem as pessoas que pagam seus salários. Nosso verdadeiro patrão, empregador é o POVO; é para ele que trabalhamos e não para este ou aquele chefe, diretor, secretário, prefeito; menos ainda para um ou outro partido (que se fosse coisa boa seria inteiro); governos mudam de 4 em 4 anos (agora, até menos que isso, não é?). Não consigo entender o porquê dos (des)governantes agirem assim em relação aos funcionalismo público. Não deveria interessar a eles se somos ou não partidários; se concordamos ou não com tudo que fazem de certo ou errado (mais errado sempre). Eles deveriam se preocupar com o bom desenvolvimento do trabalho. Mas as vaidades são muitas, a ganância enorme, os conchavos maiores ainda, o interesse real pela coisa pública, ínfimo ou inexistente.

Há diretores que enchem o peito para dizerem por aí que “...a coisa pública não tem dono...é coisa de ninguém...” Não penso assim. Dono tem, pode não se importar com o que acontece, pelo menos não a ponto de tomá-la de volta. Outras pérolas do meio “...faça do serviço público um bico...eu faço assim...”; “...não invente nada novo, ninguém aqui quer mudança, deixe do jeito que está...”; “...ah, pra que tanta honestidade, meu Deus...”; estas duas próximas agora, caríssimos leitores, foram as piores (ou as melhores??) de todas que ouvi nestes últimos 4/5 anos, de duas “colegas”: “...mandou, eu obedeço, não questiono, não quero nem saber...”; “...me diga uma coisa, Adrienne, se você recebe uma ordem, e essa ordem vem de seu chefe, você não obedeceria?” Para esta eu respondi que não, pois que tinha cérebro para pensar. Aliás, cérebro pra que, não é? Pensar e assumir riscos e responsabilidades, para muitos, é trabalhoso, dói, os fazem enxergar o que não queriam. E é muitíssimo perigoso pensar...

E de março para cá tenho tentado conseguir fazer valer meu direito de trabalhar, já que não cometi nenhum crime sequer (cometi o erro de confiar e acreditar em duas “pessoas”) através de um mandado de segurança que nunca sai; tirando dinheiro, como dizia minha avó, “da boca” para pagar advogado e as custas do processo. Infelizmente, tenho visto e sentido estas coisas nesta atual gestão municipal, que tem fama de detestar funcionários públicos. Lembrei-me agora de uma citação feita por articulista de um jornal da cidade, de autoria de Jean Cocteau, que afirmava o seguinte: “As massas sempre pouparão a Barrabás.” É preciso dizer mais? Sei que não. Mas devo continuar para atingir, quem sabe, meu objetivo de, ao dividir com os leitores, obter a cura.

Digo que, de tanto ver e conviver com as agruras, as injustiças, as impunidades (acima de tudo) na vida de funcionários públicos honestos e trabalhadores, alguns desistem, adoecem, fazem apenas o que é pago para fazer (e alguns, nem isso). Simplesmente, esperam o tempo passar e a aposentadoria chegar. Não os justifico. Tampouco, os condeno. Apenas, os compreendo melhor agora. Não cabe a mim julgá-los. E ao verem um novo funcionário público se apresentando para o trabalho, com entusiasmo, dizem: “...eu já fui assim; daqui a algum tempo você estará como eu...” Cruzes!! Deus me livre e guarde! Para esta eu respondi que certamente ficaria assim quando estivesse morta e em estado de decomposição. Gostou não.

De qualquer forma, penso que alguma coisa precisa ser feita para que os politiqueiros entendam, realmente, qual o nosso papel enquanto Servidores Públicos, que nos respeitem, minimamente, como pessoas que somos. E aos colegas e amigos dentro deste ambiente, na maioria das vezes, “insalubre”, conclamo-os a se inteirarem mais sobre o que nos é pertinente – direitos e deveres, e a não se deixarem ser abusados. Nosso trabalho não depende (e não deve, jamais, depender) de quem assume o poder de tempos em tempos, de quem “ganha” as eleições. Governos vêm, governos vão. Nós permanecemos. A grande maioria, prontos para Servir, independente de tudo e de todos. Não se iludam, queridos amigos e colegas, a mudança e a valorização de nossa pessoa e nosso trabalho jamais partirão deles, como jamais partiram em tempo algum. Toda mudança se inicia a partir de nós mesmos, de cada um. Se não abrirmos nossas bocas para falar e agirmos, nada mudará; assim mesmo, corremos o risco de tudo continuar na mesma, já que estamos no Brasil, onde reina a impunidade, o país de Leis inúteis. Ainda que seja sozinho, apesar de penoso, vale lutar, mas juntos, nos fortalecemos. Todos os nossos problemas sociais, sobretudo, de violência, banditismo e de drogas, tenham certeza queridos, têm origem na impunidade e no falso sentimento de que “não adianta fazer nada”; no querer ‘levar vantagem em tudo’; no “não tenho nada a ver com isto”, e por aí vão as muitas desculpas que nos damos para não vermos e lutarmos pela nossa (coletivo) vida.

Somos todos responsáveis por tudo que acontece no mundo ou em nossa vida, sobretudo quando nos calamos.

Que Deus tenha misericórdia de nós, os repreenda e nos faça justiça!

Adrienne Machado Costa

Pedagoga

Julho/2009